terça-feira, 23 de março de 2010

Estados Unidos: Aeroporto JFK, Nova York

Em uma pequena saleta do Departamento de Imigração americano, uma espécie de aquário, vemos Marshall (David Rasche), o chefe-oficial, e seus subordinados, Bob e Sandra. Marshall está em seu último dia de trabalho, vai se aposentar e, com uma garrafa de whisky nas mãos, conduz de forma arrogante e debochada o interrogatório dos personagens latinos. Para Marshall, todos os latinos não passam de cucarachas que desejam entrar na América pelas frestas afim de sugá-la e corroê-la.

Uma espera angustiante:

A tensão na sala de espera da migra vai aumentando na medida em que passa o tempo. Eles começam a perguntar o que está acontecendo e não recebem resposta. Todos começam a ficar apreensivos quanto a sua entrada nos Estados Unidos e se questionar se realmente aqueles eram apenas procedimentos de rotina como alegavam os oficiais.

Um grupo de hondurenhos, um casal de argentinos, um brasileiro e uma cubana aguardam. Nem todos dominam o idioma novo. A cubana se vira no inglês, pronunciando as palavras pausadamente, cheias de sotaque, mas logo que descobre que o seu interlocutor é brasileiro começam a falar uma espécie de portunhol. Nonato (Irandhir Santos) que já vivia nos EUA e estava voltando de uma visita ao Brasil, aparentemente é o que está mais seguro de entrar no país e tenta até acalmar os demais. Com a demora das entrevistas, porém, começa a ficar nervoso e reclamar que pode perder a sua conexão.

O jogo:

Sandra (Erica Gimpel) e Bob (Frank Grillo) estão interessados em impressionar o chefe e quem sabe conseguir uma promoção, já que Marshall vai se aposentar no dia seguinte e pode indicar alguém para seu cargo. Há tensão também entre eles, mesmo que num clima de brincadeira. Inspirados pela chance da promoção, eles são levados a jogar segundo as regras do chefe, e fazem de tudo para tudo para tornar mais dolorosa ainda a deportação dos latinos que já haviam decidido mandar para casa, ainda que seus documentos estivessem em ordem, “quem garante que eles não falsificaram?”. 

Marshall parece avaliar o mérito do seu sucessor não pelo profissionalismo e seriedade deste ao executar as tarefas “de rotina” do departamento, mas pela sua capacidade de constranger o entrevistado, pelo nível de sarcasmo deles. Afinal, por que deveriam ter respeito para com aqueles invasores? Eles eram nada mais, nada menos, que uma ameaça à segurança e soberania americana, culpados até que se provasse o contrário. 

Acontece que Bob e Sandra não são branquinhos de olhos claros como o chefe do departamento e mesmo eles não escapam às ironias de Marshall, ora mais, ora menos diretamente, o chefe solta uma piada de escárnio aos seus subordinados. Nem a pele escura, nem a origem mexicana de alguém que é oficialmente cidadão americano e veste a mesma farda que ele, estão livres de suas chacotas. Marshall, cada vez mais entorpecido pelo álcool, começa a abusar de sua autoridade nos interrogatórios e a brincadeira começa a sair do controle de Sandra e Bob. A pressão vai num crescente até que algo inesperado acontece. 

Para saber como continua a história desses personagens não perca: OLHOS AZUIS – 28 DE MAIO NOS CINEMA.

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