terça-feira, 23 de março de 2010

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Folha Online, dezembro 1998

José Joffily finaliza filme "Olhos Azuis", sobre imigração
AJB 25/12/98 15h49

Do Rio de Janeiro

 

A situação é familiar aos milhares de brasileiros que já foram barrados pela imigração americana e submetidos ao mais humilhante dos questionários. A intolerância e o medo dos países ricos em relação aos pobres, demonstrado explicitamente na porta de entrada dos aeroportos, será o tema do próximo filme de José Joffily, "Olhos azuis", cujo roteiro está em fase final de elaboração. "Quero falar sobre o pânico que os países desenvolvidos têm diante dos imigrantes", conta Joffily, diretor de "A maldição de Sampaku" e "Quem matou Pixote?" (melhor filme em Gramado, 97). "Assim como os prédios da classe média vão se cercando de grades, os países ricos também se fecham e constroem suas próprias cercas", explica o diretor.

Nas pesquisas feitas para desenvolver o argumento de "Olhos azuis", Joffily descobriu que, nos últimos 20 anos, 1,5 milhão de jovens deixaram o Brasil. Para 80% deles, o único destino imaginado é os Estados Unidos. "Na minha época, as pessoas deixavam o Brasil por razões políticas, e os Estados Unidos eram a última opção. Hoje as motivações são outras, principalmente socioeconômicas", afirma o cineasta.

O protagonista de "Olhos azuis" é Antônio Carlos, um homem de 35 anos que visita o Brasil depois de dez anos morando fora. Um reencontro com a ex-mulher e a filha faz com que ele desista da vida de imigrante e decida voltar de vez. Mas, antes, ele precisa ir a Miami uma última vez, para buscar suas coisas e sacar as economias. Quando chega ao aeroporto, porém, é detido junto com outros sete latinos. A decisão é de Marshall, 65 anos, chefe do setor de imigração do aeroporto. No seu último dia de trabalho antes da aposentadoria, Marshall revolve "dar um exemplo" àquelas oito pessoas escolhidas ao acaso.

Além de Antônio Carlos, ficam detidos Orlando Paz, um médico boliviano que mora em Nova Iorque; Lalo, um turista chileno; Roberto e Assumpta, casal de poetas equatorianos; Antice, ex-militar argentino; Calipso, uma bailarina cubana; e Rogério, homossexual que está se tratando de Aids nos Estados Unidos. Todos latino-americanos, todos com os devidos vistos de autorização para entrar na "América", e todos submetidos à arbitrariedade de Marshall, o "porteiro da América", na definição de Joffily.

"Depois de um prólogo em que a situação é apresentada, o filme se torna um tenso drama entre quatro paredes", descreve o cineasta, que está acompanhando o desenvolvimento do roteiro escrito a quatro mãos por Jorge Duran (de "Pixote") e Melanie Dimantas (de "Carlota Joaquina"). "Vamos montar um elenco latino, o mais diversificado possível", diz. A situação vai se tornando cada vez mais delicada, ao ponto de um dos funcionários de Marshall se irritar com seus métodos e dos latinos se unirem para protestar.
O título "Olhos azuis" foi retirado de um teste que leva esse nome, aplicado pela psicóloga Jane Elliot em várias empresas dos Estados Unidos. "Ela inverte a situação e submete as pessoas que em geral estão no confortável papel dominante a um papel de humilhação e subserviência", conta Joffily. "Ela é louca, mas obtém resultados interessantíssimos". Esse teste será aplicado por Antônio Carlos em Marshall em sua tentativa de virar o jogo.

Durante a elaboração do argumento, Joffily colecionou histórias de gente que passou por situações semelhantes. "A tortura começa na hora de tirar o visto. Existe uma arrogância impressionante por parte dos funcionários que detêm esse poder", diz. "Nessas horas, não existe o politicamente correto. A cor da pele e a situação social são determinantes", acredita o cineasta.
Além de "Olhos azuis", que já está na fase de captação de recursos pela Lei do Audiovisual (e cujas filmagens provavelmente se realizarão em março), Joffily já tem outro projeto. Ele adquiriu recentemente os direitos de adaptação do livro "Achados e perdidos", segundo romance policial de Luiz Alfredo Garcia-Roza (o primeiro foi "O silêncio da chuva", que está sendo adaptado por Murilo Salles).

"Achados e perdidos" é uma história inteiramente situada em Copacabana, envolvendo o assassinato de uma prostituta e de vários meninos de rua. "Fui criado em Copacabana e o cenário me fascina. Também gosto muito da galeria de personagens que Luiz Alfredo montou", conta. O primeiro tratamento do roteiro é trabalhado por Paulo Halm ("Pequeno dicionário amoroso", "Guerra de Canudos").

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